terça-feira, 28 de abril de 2009

Autoretrato (1940)

Seu nome era Balthasar Klossowski de Rola, nasceu em 29 de fevereiro de 1908, em Paris e faleceu em 18 de fevereiro de 2001, na Suíça, conhecido como Balthus .


* por Elisa Byngton (revista CartaCapital, de 3 de outubro de 2001)

A celebrada ligação com a pintura italiana dos primórdios do Renascimento - que o fez viajar à Itália com apenas 18 anos para copiar os afrescos de Piero della Francesca, em Arezzo, assim como sua orgulhosa recusa aos movimentos de vanguarda do século 20 era ostentada por Balthus assim como a aspiração ao status de "pintor fora do tempo".

Balthus cultivou sempre essa imagem aristocrática. Pretendia que sua pintura não transpirasse subjetividade, não falasse de si, não falasse do tempo presente. Balthus queria ser "o artista sobre o qual nada se sabe", dizia. E queria que suas ninfetas, retratadas enquanto se dedicavam distraidamente à leitura ou a passatempo análogo, em ambiente perfeitamente burgueses, seminuas em sua intimidade observada pelo espectador, fossem pura imagem: composição equilibrada de volumes que aprisionam a luz. nesta descrição de superfícies, acreditava poder expressar o sentido das coisas.

Dialogava com a grande história da arte e construia seus quadros como quem se refere somente às questões da disciplina pictórica, abrigando em cada imagem uma infinidade de citações cultas.
Amava Cézanne e os pós-impressionistas como Bonnard, Signac. Os movimentos artísticos do séc. 20 eram vistos por ele como fenômenos de moda. Um pintor como Francis Bacon lhe inspirava "pena" e o fazia comentar: "Em pintura é preciso saber dominar as próprias emoções, é preciso saber se controlar".

De 1961 a 1977, o pintor de origem polonesa, francês de adoção, foi nomeado diretor da Academia di Francia, em Roma, por André Malraux. A célebre instituição, situada em um magnífico palácio cardinalício onde Balthus morava e recebia os amigos, era, desde o século 17, o símbolo da boa formação acadêmica dos pintores franceses que aqui se dirigiam para copiar os modelos da arte clássica e renascentista. Fellini, que o frequentava naqueles anos, descreveu Balthus em uma entrevista como "um grande ator que interpreta o papel de si próprio", confessando que a ele fascinava sobretudo "encenação e a teatalidade dos seus gestos dos quais parecia ser plenamento consciente.


Algumas de suas obras:

A rua (1935)

The white Skirt (1937)

Thèrése rêvant (1938)
Teresa sonhando


Etude pour une jeune fille endormie (1943)


Dias Felizes (1944-45)
Les beaux jours


Nu diante de espelho (1955)

Minha filha na janela (1957)



Outra postagem interessante sobre Balthus você poderá ver em:
lilianarosa

terça-feira, 21 de abril de 2009

PInturas em paredes cegas

Mural em Toronto/Canada (foto feito por Igor Kole)


Mural em Agrippa's street em Jerusalem


Fotografia do mural feita por Angela Lobefaro em Turin, Itália



Mural numa parede cega em Barcelona/Espanha (foto de SantiMB)



Fotos copiadas do site oddee




quarta-feira, 8 de abril de 2009

PAI DE TODOS

Tela: Hotense Fiquet in a Striped Skirt/ Cézanne (1877-78)
(Obs.: Hotense era mulher do pintor)


Este é o título da seção Artes & Espetáculos, da revista VEJA, do dia 1º de bril de 2009, com texto de André Petry, da Filadélfia onde, no Museu de Arte, está acontecendo uma exposiçao de 59 obras do mestre francês Paul Cézanne.
Estará em cartaz até 17 de maio e não será vista em nenhum outro lugar dentro ou fora dos Estados Unidos. Este não seria o único detalhe dessa exposição. Ela também pretende confrontar com 112 obras de 19 artistas, entre eles Henri Matisse e Pablo Picasso, dois grandes da pintura Moderna. Picasso teria dito "Ele era como nosso pai e foi meu único mestre" e Matisse que "ele era o mestre de todos nós". A mostra propõe que nenhum outro pintor teve tanta influência sobre a arte do século XX quanto Paul Cézanne.

"A paternidade de Cézanne sobre a arte do século XX não é uma tese nova, mas permanece um tanto enigmática. Cézanne não tem a sensualidade de Gauguin, a leveza de Renoir ou a emoção de Van Gogh - todos eles artistas de sua época, a segunda metade do século XIX. Por que, então virou referência tão sólida da arte moderna? Sua personalidade, em vez de ajudar, confunde. Cézanne era introvertido, tinha pânico de ser tocado de surpresa e repudiava os sinais da modernidade. Achava que as calçadas para pedestres adulteravam a calma da cidade e dizia que a chegda da iluminação elétrica nas ruas devastava o crepúsculo. E, no entanto, Cézanne virou o pai de todos. Como? Para ajudar a entender este paradoxo, exposição da Filadélfia mostra que, mesmo sem ter os distintivos dos seus contemporâneos nem apreço algum pela vida moderna que então se insinuava, Cézanne tinha o essencial: vivia a pintura mais que a própria vida, razão pela qual sua arte transcendeu seu tempo e até suas próprias idéias de sociedade e comportamento. Diante de seus quadros é fácil ver que Cézanne não viveu. Cézanne pintou. E pintando sepultou o academicismo e, talvez sem querer, abriu a caixa de Pandora de onde sairia o modernismo. Cézanne inspirou expressionistas, construtivistas, divisionistas, supremacistas, futuristas e uma penca de "istas" do século XX. Fez explêndidas naturezas mortas. Em seu estúdio havia maçãs por todos os cantos. Pintava-as com maestria".

Straw vase /1895


"Cézanne fascinou os futuros cubistas. Os objetos desafiam a gravidade e aparecem em múltiplas perspectivas, tendo todos os elementos de uma imagem incoerente e desiquilibrada - e, no entanto, tudo ali faz sentido ao olhar. Cézanne também fez paisagens colossais (pintou e repintou o Monte Sainte-Victoire, perto de Aix en Provence, sua cidade natal) e retratos inesquecíveis (só de sua mulher Hortense, fez quase 30). Seus retratos são duros, cansados, taciturnos. Já se disse que sua preferência por Marie-Hortense não vinha só da disponibilidade física da modelo, mas também do seu rosto tão expressivo quanto uma lata de sardinha".
Com o Madame Cézanne numa poltrona vermelha, cuja saia em múltiplos tons de verde é um espetáculo à parte, cusou um impacto profundo. A partir desta tela Matisse pintou a Mulher em Azul, em 1937 e Picasso fez O Sonho em 1932. (Marie Thérèse, sua então amante é a modelo)

Mulher em Azul - Henri Matisse/1937

The Dream Pablo Picasso/1932

[...]

Em 59 obras Cézanne aparece em todo seu esplendor, com suas pinceladas curtas e diagonais. Seu domínio do azul é impressionante. O azul de Cézanne coloca ar dentro dos seus quadros. Numa variação da série dos banhistas, o artista marca o perfil das mulheres nuas com grossas pinceladas de azul e, com isto, lhes dá uma luminosidade mágica, elétrica.

The largest bathers -1890-91


Sua versatilidade com o verde é interminável. Em Le Pont de Maincy, feito por volta de 1879, Cézanne parece ser o dono da cor.
A exposição na Filadélfia tem ainda a vantagem de ficar perto de Merion, onde está situada a Barnes Foundation dona de uma das mais espetaculares coleções de imprescionistas, pós-impressionistas e modernistas do mundo. Seu fundador Albert Barnes (1872/1951), que fez fortuna vendendo Argyrol, um pó antiséptico, esteve em Paris pela primeira vez em 1912. Interessado em arte, comprou dois quadros de Cézanne. Er o início de seu acervo fabuloso. Hoje, a Barnes, só de Cézanne tem 69 obras, além de Matisse (59), Picasso (46), Degas (11), e Van Gogh (7). Como se vê, quando se trata do melhor da pintura, na Filadélfia e em Merion, ninguém perde a viagem".

Tela: Albert Barnes (1926), pintado por Giorgio De Chirico



Texto entre aspas é de André Petry, publicada na VEJA de 1º de abril de 2009



Para ver outras obras de Cézanne, recomendo:
O Século Prodigioso (postagem do dia 02/10/2006)

e para saber sobre a Fundação Barnes, o link é:

Barnes Foundation



domingo, 5 de abril de 2009

Arte y Pico


O prêmio Arte y Pico foi criado com o objetivo de premiar blogs pela criatividade, material interessante e por contribuir com a comunidade de blogs, em qualquer língua.


O Papos sobre Arte acaba de receber o Arte Y Pico de Cynthia Lopes do Blog Cantico das Palavras, onde ela esparrama poesia da boa. Sensibilidade e capacidade de dizer tudo em poucas palavras.
Terei que repassar o mesmo Arte Y Pico para outros 5 blogs que eu considere criativos e com conteúdo interessante. Well, esta tarefa vou adiar por alguns dias para poder fazer minhas escolhas.
Mais uma vez agradeço a Cynthia pela honrosa lembrança.





sexta-feira, 3 de abril de 2009

Portrait of a Woman - Bartolomeo Veneto, pintor italiano renascentista (1502/1531)

(Städelsches Kunstinstitut, Frankfurt, Alemanha)




Avec Lucrèce (1995) do fotógrafo francês Gilbert Garcin